sexta-feira, 25 de setembro de 2009

NOTÍCIAS DE ANAPU

O POVO DE ANAPU RESISTE, LUTA E DENUNCIA.
MOBILIZAÇÃO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS - SETEMBRO DE 2009


Cerca de 350 trabalhadores e trabalhadoras rurais de Anapu promoveram uma grande mobilização, nos dias 20, 21 e 22 de setembro em defesa da floresta, de suas estradas vicinais e de suas terras. A mobilização começou por volta das 18 horas do domingo, numa vicinal, a 6 km de Anapu.
Os manifestantes interditaram a estrada de Santana e, logo, coibiram a passagem de cinco caminhões carregados de madeira ilegal. Estima-se que diariamente passam por essa estrada de trinta a quarenta caminhões transportando madeira. Esta é a ação predatória dos madeireiros da região, inclusive do vice-prefeito de Anapu Délio Fernandes, destruindo uma das maiores reservas florestais da Amazônia.
Por volta das 23 horas, o prefeito, o vice-prefeito e outros representantes da prefeitura chegaram para negociar a liberação dos caminhões, extremamente preocupados, pois sabiam que se tratava de madeira ilegal, tiradas de áreas fora do manejo florestal.
Na segunda feira, dia 21 de setembro, o chefe do IBAMA, Roberto Scapari, acompanhado pela polícia federal; depois de ser avisado sobre a situação da apreensão dos caminhões; chegou ao local no final da tarde, constatando que a madeira apreendida não era de área de manejo tomando, a partir daí, as providências necessárias. Na ocasião, parabenizou o povo pela ação cidadã, pacífica e efetiva contra a ilegalidade e em defesa da floresta.
Embora, a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras rurais tenha ocorrido de forma pacífica, sendo parabenizada pelo chefe do IBAMA, não faltou a tentativa de “criminalizar”, de alguma maneira, as ações dos manifestantes, como a que partiu da Secretária de Educação da cidade Elenilda, que registrou um boletim de ocorrência, devido ao fato das portas da escola da comunidade terem sido abertas por uma professora para que os manifestantes pudessem comer e dormir no local.
As principais demandas da ação dos trabalhadores e trabalhadoras rurais foram: regularização fundiária; estradas vicinais de qualidade; educação de qualidade para todas as crianças; atendimento de saúde com qualidade para todas/os; estruturação e ampliação do corpo técnico do INCRA em Anapu; assistência técnica de qualidade e NÃO a barragem de Belo Monte.

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