Para entender melhor o porquê de tanta violência, é preciso conhecer um pouco mais a nossa história. A compreensão das raízes da violência nos remete ao processo de colonização do Brasil, que favoreceu o surgimento de minorias privilegiadas, detentoras da terra e concentradoras de riqueza à custa da exploração do povo. Desse povo que passou a conviver, com disse Ghandi, com a pior forma de violência: a miséria.
E na grande Belém, infelizmente, não é diferente. A cada dia crescem assaltos, arrombamentos, espancamentos, mortes e um sem fim de violências que golpeiam a capital, os interiores do estado e toda a Amazônia. E isso, em grande parte, é fruto das políticas de integração da Amazônia, que começaram a partir da década de 1960. Essas políticas forçaram o êxodo rural de microrregiões vizinhas, como Bragantina, Baixo Tocantins, Marajó, Salgado, entre outras, o que contribuiu significativamente para o aumento populacional e para a crescente demanda de emprego, ocupação e renda, que sobrecarregou a economia da capital paraense.
Para se ter uma idéia, Belém do Pará registrou um crescimento acentuado entre 1960 e 1980, com incremento populacional de 134% alcançando, ao final dos anos 80, a marca de um milhão de habitantes.
Todo esse inchaço populacional resultou numa explosão crescente de miséria e exclusão social que atingiu a população como nunca se vira antes. A fonte da violência está aí, jorrando sem parar e cada vez mais forte. Submetendo milhares de famílias ao pesadelo da indigência, vomitando mendigos, sem-teto, ambulantes crianças e muito mais.
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