MST ocupa a Fazenda Cambará no município de Santa Luzia do Pará.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem por meio desta, informar:
1.Às 05:30 da manhã de hoje, 150 famílias ocuparam a Fazenda Cambará no município de Santa Luzia pela 4ª vez. Nestes 26 anos de luta, aprendemos que todas nossas conquistas só foram garantidas com as famílias “em cima” da terra;
2.A Fazenda Cambará é terra da união com 6.886 hectares, conhecida como Gleba Pau de Remo e palco do mais recente conflito agrário no Pará que resultou no seqüestro de João Batista Galdino de Souza e José Valmeristo, o Caribé no dia 03 de setembro de 2010, com o assassinato de José Valmeristo, o Caribé. João Batista conseguiu escapar deste atentado;
3.O grileiro, pastor e político Josué Bengstson que possui título de apenas 1800 hectares da área foi o principal mandante do crime. Marcos Bengstson e os três pistoleiros foram presos, mas sobre prisão temporária;
4.Cobrando a manutenção da prisão dos pistoleiros e de Marco Bengstson e a punição de Josué Bengstson; pedindo proteção a João Batista, testemunha do caso e a seus familiares; responsabilizando o Estado pelo crime e exigindo a desapropriação da Fazenda Cambará ocupamos o INCRA desde o dia 10 de Setembro;
5.Como resultado desta ocupação, o Estado, através do INCRA e do ITERPA se comprometeu a tomar as medidas cabíveis para agilizar a destinação da gleba pau do Remo para fins de Reforma Agrária; bem como punir os responsáveis pelos conflitos ocorridos na área;
6. A ocupação da fazenda mantém viva nossas reivindicações: justiça ao caso “Caribé”, amparo a viúva e as cinco crianças órfãs; proteção à João Batista e seus familiares e destinação da terra para fins de Reforma Agrária;
7- Na área, a milícia armada de Josué Bengstson continua intimidando e ameaçando aos trabalhadores e a polícia militar de Santa Luzia continua se omitindo do caso e até o momento não há nenhum autoridade pública no município;
8.Os Sem Terra deram a fazenda, o nome de Acampamento Quintino Lira, homenageando este lutador do povo que na década de 80 lutou bravamente para defender o povo e a terra do nordeste paraense;
9.Na área os Sem Terra pretendem desenvolver a agricultura familiar para gerar emprego e produzir alimentos saudáveis para abastecer a cidade.
Belém, 15 de setembro de 2010Direção Estadual do MST – Pará
Reforma Agrária. Por justiça social e soberania popular!
Um comentário:
Irmã Doroty Stang
Defensora da Floresta
e dos Oprimidos
Uma linda irmã católica
com sua alma apostólica
mulher de fé e ação
fez projeto sustentável
de maneira admirável,
em pleno campo de Missão
Missionária americana,
uma santa ser humana,
trouxe pro seio pastoral
a compreensão teológica
para a causa ecológica,
a consciência ambiental
Ativista missionária,
idealista libertária,
fez opção preferencial
pela questão fundiária,
com uma reforma agrária,
pro trabalhador rural
A opção libertadora
pela gente sofredora,
despertou reação
nos grupos reacionários,
grileiros, latifundiários,
pistoleiros da ambição
Sem jamais ficar calada
mesmo sendo ameaçada,
essa guerreira irmã
esbanjando dignidade,
partiu pra eternidade,
foi buscar o amanhã
Seu sangue que hoje irriga
a alma dos bons de briga:
Cristãos e irmãos ateus,
mostra que a terra querida,
aqui e em outras garridas,
é um supremo Dom de Deus
No País da impunidade
o Sol da Liberdade,
lindo sonho do Xingu,
raiará na comunidade,
em profetas de verdade,
como Doroty do Anapu
Linda Doroty sorridente,
mostrou pra nossa gente
na teoria e na ação,
que o povo marginalizado
quando tá organizado,
produz libertação
Como exemplo de pastora
deixou herança libertadora,
na gente cheia de brio
que luta pelo horizonte
dos vales e belos montes
do Xingu, lendário rio
Jetro Fagundes
Farinheiro Marajoara
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