quarta-feira, 28 de abril de 2010

NOTA À IMPRENSA

JURI DE REGIVALDO GALVÃO, PRINCIPAL MANDANTE DO ASSASSINATO DE DOROTHY STANG

Regivaldo integrava de uma quadrilha especializada na prática de vários crimes


Fraudes, agiotagem e desvios de recursos públicos - Investigações realizadas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal a partir de 2001, comprovaram que Regivlado Pereira Galvão representava um dos principais elos da organização criminosa especializada em grilagem de terras públicas, uso de pistolagem e desvios de recursos públicos da extinta SUDAM. Sua casa funcionava como um “banco da organização”, auxiliando nas fraudes e na lavagem do dinheiro adquirido mediante os projetos fraudulentos e fornecendo capital para que a quadrilha pudesse implementar os negócios paralelos. A Polícia Federal apreendeu em seu “banco de financiamento doméstico”, o total de R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais) em moeda circulante. Foi denunciado por crimes de formação de quadrilha, estelionato e outros, na Justiça Federal do Estado do Tocantins. Regivaldo, também conhecido como ‘Taradão’, fazia parte da “engrenagem de uma azeitada máquina fraudadora, denominada máfia da Transamazônica, que por muitos anos sugou milhões dos cofres públicos”, afirma o MPF. Ainda segundo as investigações, Regivaldo era um dos principais operadores do esquema criminoso, por ter fortes ligações com políticos regionais e com o então senador e atual deputado federal, Jader Barbalho.

Grilagem de terras públicas, uso de laranjas, violência e pistolagem - O lote 55 da Gleba Bacajá, local onde a Missionária Dorothy Stang foi assassinada, estava na área de interesse do grupo de fraudadores da SUDAM... (O artigo é longo mas vale a pena - LEIA MAIS AQUI)
Comissão Pastoral da Terra – CPT Regional Pará

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O MANDANTE NÃO PODE FICAR IMPUNE


CASO DOROTHY: O PRINCIPAL MANDANTE NÃO PODE FICAR IMPUNE

Assassinada, com seis tiros, aos 73 anos de idade, em 12 de fevereiro 2005, no município de Anapu, no Estado do Pará-Brasil. No cenário dos conflitos agrários no Brasil, seu nome associa-se aos de tantos outros que morreram e ainda morrem no campo da Amazônia, sem ter seus direitos respeitados.

O crime foi minuciosamente premeditado, ficando comprovada a participação hierárquica de mandantes, intermediário e executores. Os dois fazendeiros, mandantes do crime, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida e Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, faziam parte de uma sociedade criminosa que decidiu tirar a vida da religiosa.

Atente para o dia 30 de abril de 2010.
Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, sentará no banco dos réus. É ele o outro fazendeiro e principal mandante do covarde assassinato de Irmã Dorothy.

É hora de darmos um BASTA a tanta VIOLÊNCIA, IMPUNIDADE e INJUSTIÇA no Estado do Pará.

Participe desta luta a favor da Vida, da Justiça e
da Paz.


LOCAL: Fórum Criminal de Belém - Praça Felipe Patroni- Cidade Velha
INÍCIO: 07:00h com celebração inter-religiosa.
COMITÊ DOROTHY

sábado, 17 de abril de 2010

CARTA DE AGRADECIMENTO

Caros amigos (as)

Em 12 de fevereiro de 2005, a opinião pública nacional e internacional, foi sacudida pela noticia da morte violenta de Irmã Dorothy Mae Stang.

Em 12 de abril de 2010, 5 anos e dois meses depois, a opinião pública nacional e internacional foi novamente sacudida pela condenação de 30 anos de reclusão de um dos fazendeiros mandantes do cruel assassinato.

Esta é uma mensagem de agradecimento, pelo que cada entidade e cada indivíduo fez: desde as reuniões para as atividades durante o júri, a preparação do acampamento Dorothy Vive na Praça Felipe Patroni, até o final do julgamento pelo Tribunal do Júri de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, um dos fazendeiros mandantes responsáveis pelo crime, em que a justiça prevaleceu.

Desde que iniciamos as atividades como Comitê, temos em mente que se trata de um projeto de vida e não apenas de algumas ações pontuais de combate a impunidade. É projeto de vida em duas dimensões: porque a luta é difícil e longa, e porque a impunidade gera mais mortes. Talvez seja muito importante destacar esse lado negativo, porque a impunidade, gera além de mortes, a exclusão social, o trabalho escravo, a devastação da natureza. Essa é a agenda da impunidade.

Pensando, em função da ocasião, na Justiça feita, sentimo-nos desafiados a seguir adiante nessa luta árdua, contando com o indispensável apoio de vocês. Essa mensagem é de agradecimento, mas é também uma mensagem de desafio, para que o seu envolvimento pessoal e da entidade a qual você pertence, possa ser ainda maior no próximo dia 30 de abril, data em que irá sentar no banco dos réus, o outro fazendeiro mandante do assassinato de Irmã Dorothy, Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão.

Vamos concentrar nossas forças nessa nova tarefa e, para isso, aqui fica o nosso apelo, para que cada pessoa ponha nela seu coração.

Recebam, portanto, nossos sinceros agradecimentos, e um grande abraço de todos nós, em particular, aos trabalhadores rurais que, em diversos municípios desse Pará afora, tem se dedicado e apoiado a nossa causa com toda a dignidade da participação coletiva, e com o compromisso de sempre lutar por uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna como sempre Irmã Dorothy desejou.

COMITE DOROTHY

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Secretaria de Direitos Humanos vai acompanhar julgamento de mandantes do assassinato de Dorothy Stang

Secretaria de Direitos Humanos vai acompanhar julgamento de mandantes do assassinato de missionária
Gilberto Costa, Repórter da Agência Brasil

A Secretaria de Direitos Humanos deverá acompanhar os julgamentos de Vitalmiro Bastos de Moura (Bida) e Regivaldo Pereira Galvão (Taradão), supostos mandantes do assassinato da missionária Dorothy Stang ocorrido em Anapu (PA), em 12 de fevereiro de 2005.

A secretaria confirmou o envio de dois dirigentes, além de representantes do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH).

A medida atende a pedido das irmãs da congregação Notre Dame de Namur, da qual fazia parte Dorothy Stang. As irmãs também pedem que o Ministério da Justiça acompanhe os julgamentos. O ministério informou que estudará a possibilidade de enviar representantes assim que receber o pedido.

Além dos “observadores institucionais”, as irmãs pedem “atenção” da seccional paraense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da OAB nacional “para condutas profissionais que margeiam ética e leis”.

No dia 31 de março, os advogados de defesa de Vitalmiro, conseguiram adiar o julgamento em 2ª instância, marcado para aquela data. A defesa não compareceu ao júri, o que forçou a convocação da defensoria pública e o estabelecimento de nova data para o julgamento: 12 de abril.

A defesa de Vitalmiro protocolou, no dia 31 de março, um pedido de adiamento do júri argumentando que o pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para a soltura de Bida, preso desde o dia 4 de fevereiro, ainda não havia sido analisado. O habeas corpus não tem efeito suspensivo sobre o julgamento. O relator do pedido no STF, ministro Cezar Peluso, ainda não emitiu parecer.

As irmãs de Notre Dame pedem mobilização da sociedade civil para os julgamentos e reiteram “a continuidade da violência e dos crimes em Anapu”.

Para a irmã Rebeca Spires, há relação entre a violência e a impunidade. “O fato de esses mandantes estarem impunes faz com que os crimes continuem lá em Anapu, assim como ocorre em outros lugares porque a impunidade é generalizada”.

“Essa questão da impunidade faz perpetuar os crimes. Isso é uma vergonha para o Pará, para o Brasil. Enquanto não quebra essa impunidade, o crime organizado continua”, assinalou a missionária.

Vitalmiro Bastos de Moura foi condenado a 30 anos de prisão em 2008, no primeiro julgamento, e teve o benefício previsto em lei que prevê um novo júri para condenados a mais de 20 anos de prisão. No segundo julgamento, ocorrido em 2009, ele foi absolvido. O Ministério Público recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que anulou a sentença.

O julgamento de Regivaldo Pereira Galvão está previsto para o dia 30 de abril. A Agência Brasil tentou ouvir os advogados de defesa de Regivaldo e Vitalmiro, mas não recebeu retorno.

Caso Dorothy: Os mandantes não podem ficar impunes!


No próximo dia 12, Vitalmiro Bastos de Moura volta ao banco dos réus, para ser julgado pelo tribunal do júri, por sua participação no assassinato da missionária Dorothy Stang. Dia 30, será levado a julgamento de Regivaldo Pereira Galvão. Os dois fazendeiros faziam parte de uma associação criminosa que, em fevereiro de 2005, decidiu tirar a vida da religiosa oferecendo 50 mil reais, através do intermediário Amair Feijoli para Raifran das Neves e Clodoaldo Batista assassinarem Irmã Dorothy.

Os dois fazendeiros eram “sócios” em negócios criminosos no município de Anapu, envolvendo, grilagem de terras públicas, desmatamento e extração ilegal de madeira, trabalho escravo, ameaças e expulsões violentas de posseiros dos Projetos de Desenvolvimento Sustentáveis.

As denúncias de variados crimes praticados por Bida e Regivaldo, nos anos que antecederam ao assassinato da missionária, feitas pela CPT de Anapu, através de Irmã Dorothy, e também pelos movimentos sociais locais, chegaram às autoridades estaduais e federais, resultando em diversas ações do poder público contra os dois fazendeiros. Em junho de 2004, Bida e Regivaldo foram autuados por trabalho escravo no lote 55; em julho também de 2004, a Polícia Federal pede a prisão dos dois por crimes de trabalho escravo, grilagem de terra, formação de quadrilha e porte ilegal de armas; em agosto e novembro do mesmo ano os dois foram multados em 3 milhões de reais pelo IBAMA por desmatamento e queimada ilegais no lote 55.

Tendo seus crimes desvendados e seus interesses econômicos contrariados, pelas denúncias feitas por Dorothy e os movimentos sociais de Anapu, os dois planejaram a morte da missionária: “enquanto não se der um fim nesta mulher nós não vamos ter paz nestas terras em Anapu”, sentenciou Regivaldo a Bida, “Fala com Raifran que se ele quiser tem 50 mil para matar a irmã Dorothy”, foi a ordem dada por Bida através do intermediário Amair. Além de prometer os 50 mil, que seriam pagos por ele e Regivaldo, Bida forneceu a arma, a munição, deu proteção aos criminosos em sua fazenda, orientou-os a sumir com a arma do crime, como fugirem do cerco da polícia e ainda garantiu advogado para defendê-los, sob a condição de que não revelassem o nome dos mandantes.

A CPT, o comitê Dorothy e demais entidades que lutam por justiça no caso Dorothy, alertam a sociedade e o poder judiciário sobre as manobras da defesa dos fazendeiros com o objetivo de protelar os julgamentos e inocentá-los. Aceitar e se submeter a essas manobras faria aumentar ainda mais o descrédito da sociedade no Poder Judiciário.

Prometeram pagar para que Raifran e Clodoaldo assassinassem a religiosa e agora estão pagando para que os executores e intermediário mudem seus depoimentos para inocentar os mandantes. Documentos juntados ao processo comprovam que o DVD usado no último julgamento que absolveu Bida e que foi anulado pelo Tribunal de Justiça por contrariar as provas existentes nos autos, custou 300 mil reais aos mandantes. Podem continuar comprando os assalariados do crime, mas não comprarão a justiça.

O crime contra Dorothy foi premeditado, ficando fartamente comprovada a participação de cada um de forma hierárquica: mandantes, intermediário e executores, cada um cumprindo seu papel na ação criminosa. A condenação de Vitalmiro e Regivaldo é um passo importante no combate à violência e impunidade no campo no Pará, Estado onde 62% dos crimes no campo nas últimas décadas sequer foram investigados e o único mandante condenado, que cumpre pena atrás das grades é Vitalmiro Bastos de Moura, conforme dados da CPT Pará.

Dorothy vive na luta do povo!

Belém-PA, 09 de abril de 2010.
Comissão Pastoral da Terra – CPT Pará
Comitê Dorothy
* Imagem obtida no site da Revista Época (Veja AQUI)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

CASO DOROTHY STANG: É HORA DE FAZER JUSTIÇA!

É HORA DE FAZER JUSTIÇA!

  • 7 de junho de 1931 – Nasceu, na cidade de Dayton, no Estado de Ohio, Dorothy Stang. Veio para o Brasil em 1966, fazendo parte de uma congregação internacional da Igreja Católica – Irmãs de Notre Dame de Namur – que tem como princípio ajudar os mais pobres e marginalizados.

  • 12 de fevereiro de 2005 – A missionária Dorothy Stang é covardemente assassinada em Anapú, Pará, por defender uma sociedade mais justa para os trabalhadores rurais do município.

  • 31 de março de 2010 – Um dos mandantes do crime, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, teve seu terceiro julgamento adiado. Ele é apenas a ponta de uma rede de criminosos que tramaram contra a vida de Dorothy.

Basta! No Estado de Direito em que vivemos, há recurso para tudo. Condenações, absolvições, Habeas Corpus, anulações, adiamentos, um vaivém sem fim. A sociedade a tudo assiste perplexa, sem entender o que se passa. Só um fato concreto nos resta de tudo isso: um crime vil foi cometido há cinco anos e os mandantes ainda não foram julgados definitiva e seriamente.

É Hora de fazer justiça! Não podemos aceitar a impunidade e a mentira. O dinheiro não pode falar mais alto, os grileiros, fazendeiros e madeireiros de terras do Pará não podem fazer o que querem, como se neste Estado não existissem leis.

Por isso, chamamos toda a sociedade a se solidarizar com esta causa e participar da mobilização que irá ocorrer durante este julgamento.

Venha, participe conosco nesta luta contra a Violência e a Impunidade.

DATA: 12 de abril de 2010
LOCAL: Fórum Criminal de Belém - Praça Felipe Patroni - Cidade Velha
INÍCIO: 07:30h com celebração inter-religiosa.

Comitê Dorothy

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Amor e Verdade abraçam Justiça e Paz

O Amor e a Verdade se encontram, a Justiça e a Paz se abraçam (Sl 85,11).

Outra vez adiou-se o encontro da verdade com o amor e não foi possível contemplar o abraço da Justiça com a Paz. Dia 31 de março estava sendo aguardado como o dia em que se iniciaria o reverso de uma história. A condenação de um sistema que tira a vida de pessoas de bem e proclama a impunidade de quem mata. A história dos 46 anos de golpe militar seria revertida por um ato que entraria para a história pelas portas do fundo. Estaríamos cantando que Deus “derruba os poderosos de seus tronos e exalta os humildes” (Lc 1,52). Não mais o poder econômico como senhor da história, não mais a ganância como virtude, não mais a violência como norma de vida. Aguardava-se o julgamento, não somente de duas pessoas, mas de duas causas. A vítima, Ir. Dorothy Stang, o acusado, Vitalmiro Bastos de Moura. Duas causas no tribunal do Júri: a esperança, a simplicidade, a vida, a partilha, a doação, o respeito, a paz e, do outro lado, o poder, a mentira, a ganância, a arrogância, a exploração, a violência.

Novamente fomos vítimas de golpe. Artimanhas do poder adiaram o julgamento e tristemente o amor e a verdade não puderam se encontrar, a justiça e a paz não puderam se abraçar. Sem este encontro entre o amor e a verdade, entre a justiça e paz, nossa vida estremece, nosso planeta derrama lágrimas, nosso coração vive aos sobressaltos e nossas florestas respiram ar contaminado. Ir. Dorothy e sua gente, as Irmãs de Notre Dame de Namur e o Comitê Dorothy, a Vida Religiosa e toda a Igreja, todas e todos mergulhamos no mistério da Paixão do Senhor e cremos na fulgurante aurora da Ressurreição. A ressurreição será celebrada, liturgicamente, neste dia 04 de abril. A ressurreição de Ir. Dorothy será reafirmada no dia 12, quando o Amor e a Verdade se encontram, a Justiça e a Paz se abraçam (Sl 85,11).

Texto da Irmã Zenilda Luzia Petry-IFSJ-Presidente da Conferência de Religiosos do Brasil/ RegionalUm

Ainda assim este blog deseja a todos uma FELIZ PÁSCOA!