terça-feira, 17 de novembro de 2009

Freira é ameaçada de morte em Salto da Divisa, MG.



Quem é Irmã Geraldinha, a freira ameaçada de morte em Salto da Divisa, MG
Segundo Irmã Rosa Maria Barboza[1]

“Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu.” (Mateus 5,10)


Irmã Geralda Magela da Fonseca, carinhosamente chamada de “Irmã Geraldinha”, nasceu em São Domingos do Prata, MG, em 28 de agosto de 1962. Filha de Maria Auxiliadora da Fonseca e Geraldo Rodrigues da Fonseca (já falecido). Sua mãe e a maioria de seus 15 irmãos continuam vivendo na região rural São Domingos do Prata/MG, que conta, hoje, com 17.345 habitantes.

Ingressou na Congregação Romana de São Domingos – CRSD -, em São Domingos do Prata em 1987, viveu em Belo Horizonte e em São Paulo. Em 1993 Irmã Geraldinha foi para Salto da Divisa, no Vale do Jequitinhonha, onde as Irmãs Dominicanas estavam abrindo uma Comunidade religiosa, com as Irmãs: Teresinha de Jesus Reis, Solange de Fátima Damião e Geralda Magela da Fonseca (Irmã Geraldinha).

A Comunidade das Irmãs Dominicanas dedicou-se ao acompanhamento dos Grupos de Reflexão Bíblica, organização de Cebs – Comunidades Eclesiais de Base - e de Associações Comunitárias que resultaram na criação das Associações de pescadores, das lavadeiras e dos pedreiros, de moradores... Irmã Geraldinha coordenou a Pastoral da Juventude – PJ - em e sucessivamente a Pastoral da Criança; ambas, em nível Paroquial e Diocesano; ela coordenou, também, em Salto da Divisa, as atividades da Associação Asas da Esperança cuja finalidade era dar suplementação educacional para as crianças carentes; além de dar assistência à Rádio Comunitária e em especial ao Grupo de Apoio e Defesa dos Direito Humanos - GADDH - de Salto da Divisa.

As Irmãs Dominicanas assumiram outras frentes de trabalho e deixaram Salto da Divisa em 2005. Porém, o apelo do povo foi grande e em 2006, Irmã Geraldinha, mesmo residindo em Belo Horizonte, continuou acompanhando os movimentos sociais em Salto da Divisa; e em fevereiro de 2008, ela passou a residir na Comunidade religiosa Dominicana de Jacinto, cidade que está a 50 quilômetros de Salto da Divisa, e a acompanhar com o GADDH o Acampamento Dom Luciano Mendes, que é do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - e, posteriormente, se dedicou também à organização de 11 famílias de posseiros da fazenda Monte Cristo (– ocupada pelo MST, com o Acampamento Dom Luciano -), ambos, no Município de Salto da Divisa, MG.

Além do dito acima, hoje, Irmã Geraldinha é vice-presidente do Grupo de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos – GADDH - de Salto da Divisa, MG; integrante da Comissão Pastoral da Terra – CPT –, no Vale do Jequitinhonha, integra o Conselho provincial e a Comissão de Justiça e Paz da Irmãs Romanas de São Domingos.

Por causa da atuação pastoral libertadora de Irmã Geraldinha ela tem sofrido uma série de ameaças de morte, assim como membros do Acampamento Dom Luciano e militantes do MST. E, pior: as ameaças estão se intensificando.

O trabalho pastoral de Irmã Geraldinha conta com o total apoio da Diocese de Almenara, de Dom Hugo Steekelenburg, das Irmãs Dominicanas, da CPT, dos frades franciscanos Capuchinhos e das organizações de Direitos Humanos e sociais, em nível nacional e internacional.

Felizes os Sem Terra que lutam pela justiça, porque a realeza de Deus sobre eles lhes garante que a terra é de todos. Feliz, também, Irmã Geraldinha que, ao lado dos Sem Terra, luta pela reforma agrária, que é necessária e urgente no Brasil.

Irmã Rosa Maria Barboza,
Provincial das Irmãs Dominicanas – CRSD
Belo Horizonte, 01/11/2009.
[1] E-mail: rosambarboza@yahoo.com.br

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